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  • Foto do escritorDra. Greice Garcia

Traumas Emocionais

Abstraia comigo: Em uma roda de conversa, o tema é Trauma Emocional. Os participantes desta dinâmica são três personagens de inteligência inquestionável. Freud, Pierre Janet e Francine Shapiro.


Claro que é uma situação hipotética pois nem existe possibilidade temporal para que esse trio papeasse em uma tarde de domingo. Porém, cada um defenderia o seu conceito e ótica sobre o que de fato é um trauma emocional.


Por cortesia, Freud e Pierre deixariam Francine falar primeiro:


Francine: “Traumas emocionais são como experiências não completamente processadas que ficam armazenadas de forma disfuncional na memória, uma vez que em sua origem, necessitaram de resposta adaptativa rápida”.


Freud ficaria com o ego inflado, pois teria quase certeza de que Francine já havia falado dele, e complementaria: “Sim, uma experiencia perturbadora com impacto psicológico significativo. Potencialmente pode ocasionar sintomas neuróticos. Além disso, pode originar memórias reprimidas.”


Pierre Janot iria resumir seus amigos e concluir: “O trauma interrompe a continuidade da consciência e leva à fragmentação psicológica. A memória reprimida que Freud acabou de dizer pode aparecer na forma de dissociação, como um mecanismo de defesa, resultando na separação de partes da experiência e na perda de conexão com a realidade”.


Só que neste cenário, há uma mosquinha escutando toda essa conversa. Como uma mosquinha, ela iria buscar alguma semelhança com sua realidade. Inclusive, ela lembrou que uma vez...


“Eu estava voando, tranquilamente, quando de repente, uma surpresa. PLACT! Alguém tentou me esmagar com uma palmada seca. Nem sei como, mas eu consegui sobreviver. Na verdade, nem entendi direito o que aconteceu comigo. Fiquei atordoada, parece que perdi a força nas asas. Agora, toda vez que escuto barulhos súbitos, parece que estou revivendo tudo. E pior ainda, em momentos em que não tenho nenhum motivo para ficar preocupada, meu corpo estremece como se eu realmente estivesse obcecada, correndo o risco de ser esmagada novamente, é um alerta o tempo todo.”


Aqui resumo em alguns pontos da conversa acadêmica que circunscrevem o contexto do trauma emocional: Experiência aguda, súbita, perturbadora, com interpretação de risco, seguido de sobrevivência. Acompanhada de amnésia de algumas partes, revivência (flashbacks) de outras, sintomas físicos, alerta, e as vezes dissociação frente a gatilhos semelhantes.


A técnica de EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing) é uma abordagem terapêutica recente para o tratamento de traumas emocionais. Desenvolvida na década de 1980 pela psicóloga Francine Shapiro, o EMDR combina elementos da terapia cognitivo-comportamental com a estimulação bilateral, como movimentos oculares, toques táteis ou sons.


O EMDR tem se mostrado eficaz no processamento de memórias traumáticas, ajudando os pacientes a superarem emoções negativas e sintomas relacionados a traumas passados. É utilizado como adjuvante ao tratamento de transtorno de estresse pós-traumático, ansiedade, fobias e depressão.


Durante as sessões de EMDR, é protocolado com segurança, a revivência traumática enquanto há o direcionamento de sua atenção para estímulos bilaterais. Essa estimulação auxilia na dessensibilização de emoções e crenças negativas associadas ao trauma, permitindo a reprocessamento da memória e a construção de uma nova perspectiva.


O EMDR é uma técnica promissora, apoiada por pesquisas e reconhecida como uma terapia eficaz no auxílio de superação para traumas emocionais.


Abstraindo novamente, a nossa mosquinha fez algumas sessões e hoje aplaude de pé (ou voando)!

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Dra. Greice Garcia - CRM/DF 26359



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